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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

O QUE LEVA AS PESSOAS A PROCURAR O FOGO?

                                 VÍDEO RECORTADO E DESCONTEXTUALISADO


Vídeo a circular na internet, depois de ser retirado do seu
contexto através de corte "malicioso" está a causar
uma grande onda de indignação e sem razão.

                                 VÍDEO VERDADEIRO E SIM, A  VERDADE DOS FACTOS

Basta ver a diferença dos tempos da entrevista para
ficarmos a conhecer o corte e a forma maliciosa
para deitar mais gasolina na fogueira.


                   Há que estar atento. 
                   Os autores desta confusão é que estão em dívida para com a jornalista.
E para mais esclarecimentos, convido-vos a rever, pausadamente, sem distrações ou pressas, 
o vídeo que é da responsabilidade da CNN-Portugal. Por favor, estejam atentos. Mais coisas destas vão chegar e nem tudo vai ser verdadeiro. 
 Estejam atentos.
              

"Com o isolamento brutal das pessoas no interior, o fogo surge quase como o último reduto para dizer 'estou aqui'" - CNN Portugal

                                                  José Nunes Martins

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

UMA BIBLIOTECA EM MALCATA? NEM SABEM O BEM QUE FAZIA!

A Biblioteca da Freguesia de Malcata
é mesmo pobrezinha!


Ler e escrever é bom, dá-nos liberdade e ferramentas para viver melhor.
Quantos sabem ler e escrever, mas não leem e nem escrevem?
 

   A questão que aqui deixo é esta: mas chegará para que as pessoas intervenham e participem nos vários processos e chamadas que vão aparecendo na nossa aldeia?  Justificações abundam e apesar de saber ler e escrever, muitas pessoas raramente têm vontade em ler para ficar a saber o que os outros lhes querem dizer, como é o meu caso quando escrevo no blog Malcata.net -aqui: (www.aldeiademalcata.blogspot.com), Para além da falta de vontade, é preguiça de querer saber o que se escreve, ou então, sabem ler, escrever e contar e nunca tiveram um telemóvel nas mãos, quanto mais um computador em casa para se ligarem ao mundo através da internet. Toda a gente está viva e todos respiramos oxigénio que nos mantém
com vida. Mas, estamos a viver ou vivemos porque não temos outra saída, mesmo desinteressados do conhecimento e de nos enriquecermos mais e mais.
   A este desinteresse, na busca do conhecimento e do saber, há quem lhe chame iliteracia, novo analfabetismo que mantém muita gente na sua santa ignorância e que os oportunistas sabem aproveitar em seu favor.
   Há na nossa aldeia a necessidade de estimular as pessoas a ler, a escrever, a deixarem de ser menos ignorantes e aprender a conhecer os oportunistas, que nos embrulham coisas más em bonito papel de embrulho. Cada malcatenho tem a inteligência suficiente para se considerar importante, útil à comunidade e com ele podem contar para o bem da terra. A nossa junta de freguesia há muito que ignora esta área importante dos malcatenhos. Não me lembro, nestes últimos anos, de se ter levado a efeito um programa de incentivo e de combater o analfabetismo dos nossos dias. Será que as pessoas comuns da nossa terra se desinteressam verdadeiramente de saber, de ler e escrever? Eu assim não acho e é mesmo urgente melhorar o conhecimento e praticar a leitura e a escrita, mais agora que a candeia é melhor, com luz mais clara e segura, que os mais velhos aguentaram quando tinham que fazer os trabalhos da escola primária.
   Deixemo-nos de lágrimas e de lamentos, o passado já foi e voltar atrás, é impossível.
   Como curiosidade, convido os malcatenhos que tenham internet, entrar na página da internet da responsabilidade da Junta de Freguesia, aqui:
https://www.jf-malcata.pt/freguesia/imprensa  . A Biblioteca da freguesia é rica e merece 
uma visita ou não?

                                                         José Nunes Martins
   
   
   

                                                       

terça-feira, 12 de agosto de 2025

MALCATA É O MEU NINHO



 

   As andorinhas costumam chegar ao nosso país na Primavera, quando o frio do Inverno dá lugar a temperaturas mais amenas. Elas chegam sem avisar e voltam normalmente ao ninho onde já procriaram nos anos passados. Vêm sem saber se está tudo igual, voam para a aldeia confiantes nos bons ventos, na convicção que encontrarão casa para descansar e passar os meses de mais calor.
   O silêncio e as pessoas não incomodam, regressam porque se sentiram bem das outras vezes. O importante é conseguir voltar.
   Muitos dos malcatenhos partimos da aldeia e vivemos durante anos, longe da terra. Alguns foram com os bolsos vazios e o cérebro cheio de sonhos e promessas. O trabalho que encontravam nunca custava tanto como aquele que faziam nos campos, agarrados ao arado, à charrua para lavrar as terras. Os dias de trabalho eram mais bem divididos. Tinham horas para começar e para terminar a jornada, não estavam dependentes da luz do sol, apesar de alguns começarem muito cedo ou trabalharem durante toda a noite.
   Lembro algumas das cartas que recebia dando conta de que “as andorinhas já chegaram” ao ninho da varanda do Tio Zé Pires. Eu sorria e imaginava a varanda da casa dos meus tios povoados de andorinhas. Ainda este ano elas regressaram ao ninho. Quem já não regressa mais a esta casa são os meus tios, os dois voaram livremente para outros mundos infinitos, levando consigo as memórias das andorinhas.
   Quando este ano cheguei à aldeia, as casas estavam ainda mais velhas, vazias, sem vidros nas janelas e com as portas entre abertas, nada impedia que eu entrasse. O que eu vi nalgumas dessas casas, não foram pessoas, foram andorinhas. Nos beirais das casas, do minimercado Armindo, lá andavam elas de um lado para o outro. Chilreavam como se estivessem a conversar umas com as outras, pareciam todas da mesma família e raramente desciam ao chão, lá se equilibravam nos beirais e cabos que atravessam o espaço aéreo e em todas as direcções.
   Ao passar pela Torrinha, lá estavam os rostos de gente que se habituou às andorinhas.    
    Aceno com a mão e abro um sorriso a um grupo de gente que não esconde as rugas do rosto que testemunham cada ano de vida. Depois de subir a rua, cheguei à casa da minha infância, ao ninho onde nasci. Porque as minhas memórias também voam e o meu coração sabe o caminho, lá vou enfrentando os ventos e as pedras que me vão aparecendo quando ando pelas ruas e caminhos da aldeia. Tal como as andorinhas, sou pequeno em tamanho, mas teimoso o suficiente, persistente e enfrento aqueles pássaros que se acham donos de tudo e lutam por manter o seu domínio sobre os mais frágeis. Que nunca me falte a coragem para regressar, porque também pertenço ao ninho onde nasci e se as andorinhas são capazes de regressar, eu também nunca terei medo de voltar, porque as minhas asas sabem sempre onde pousar.

  

                                                          José Nunes Martins

domingo, 10 de agosto de 2025

MALCATA 1963-A GRANDE FESTA FOI EM SETEMBRO

 

Recorte do jornal A Voz do Sabugal 1963
   Realizou-se no dia 9 a festa em honra do Sagrado       Coração de Jesus.
   A festa foi precedido de tríduo de preparação e no     domingo de manhã ouviu-se a alvorada de foguetes   que despertou toda a aldeia e recordou às pessoas   que era dia 
de festa.
 Enquanto acontecia a alvorada, a banda de música   percorria as ruas da aldeia, 
parando em frente às casas dos mordomos.

   A primeira procissão, que começou às 9:30 da   manhã, percorreu as ruas habituais, com todos os   santos da igreja, indo os estandartes maiores à frente e os mais pequenos, uns passos à frente do respectivo andor. Logo de seguida celebrou-se a missa e as crianças fizeram a comunhão.
   À uma da tarde (!!! apesar do calor…) celebrou-se a Missa Solene, com pregação, seguida da procissão com o Santíssimo (o padre fazia todo o percurso da procissão debaixo do pálio, que meia dúzia de homens sustentavam através de seis varas, três de cada lado).
   Terminadas as cerimónias religiosas, o povo foi para as suas casas com pressa, já era tempo, mais que tempo, para as famílias se sentarem à volta da mesa da sala de jantar, que estava preparada e bem composta, tudo do bom e do melhor.
   Quando o pôr do sol estava próximo e o ambiente mais fresco, todo o povo aparecia ao Rossio-Torrinha para participar no “Ramo” da festa. Nos intervalos, a banda de música tocava umas músicas para animar o baile.
   A igreja paroquial neste ano, foi alvo de obras de melhoramentos que eram necessários que se fizessem. O padre e a Comissão foram elogiados pelo trabalho ali
realizado.
   Este texto foi inspirado na notícia publicada em 1963, no Amigo do Sabugal de Setembro
deste mesmo ano.

Este senhor das amêndoas, era sempre bem-vindo às festas



Início da procissão no adro da igreja em Agosto 2008



Festa de São Barnabé em Agosto 2025
(Foto de Alberto)


E assim se recordam os nossos antepassados. Bem-haja a todos.


                                                                José Nunes Martins    

HAJA ALEGRIA E BOA DISPOSIÇÃO-MALCATA EM FESTA

    Agosto é aquele tempo de festa na aldeia e noutros tempos não havia festa, se não houvesse quatro coisas: foguetes, banda da música, missa solene e procissão e bailarico.

  


Procissão 

 

   Na nossa aldeia, a festa maior e a mais importante, era celebrada no mês de Setembro.    Nos anos sessenta muitos malcatenhos saíram da terra e abalaram para as grandes cidades e para fora do país, sendo a França o destino mais concorrido.
   Nunca fui rapaz de bailes e namoricos, era criança e brincar era o que mais gostava. Para os garotos da minha idade, a festa era quando a minha mãe me levava à barraquinha onde se vendiam as amêndoas, as pandeiretas, pistolas de brincar e que tinham uma única bala de pau que assustava quando carregava no gatilho. Fazíamos de conta que ganhávamos a batalha, porque a guerra verdadeira estava a fazer-se nas províncias ultramarinas de Portugal. Mas doce e que todas as crianças adoravam exibir dependuradas ao pescoço por um fio, era aquele “medalhão” branco, muito docinho que nunca mais se acabava para pedir outro!





A procissão a chegar ao adro

                                            


    Ainda me lembro dos bailes que animavam a festa. O tocador da concertina sentado, numa cadeira da casa de alguém que emprestou, só começava o baile depois das cerimónias religiosas terminadas. Ao Rossio começavam a chegar os rapazes e os homens, depois iam chegando as raparigas em grupos ou na companhia das mães.
   E pouco a pouco, o tocador ia abrindo mais o fole da concertina para as pessoas ouvirem melhor as modas que tocava. Quanto mais tocava, mais as mãos aqueciam e se encantavam os dedos ao carregar nos botões das notas. Sem surpresa, o tocador era rodeado pela multidão que aos poucos iniciavam a dança.


Toca a banda na procissão



   Era assim que se faziam os bailes, muitos namoros assim começaram e também alguns regressavam a casa em lágrimas sem gota à vista e com o orgulho ferido.
   Nestes tempos das concertinas, a festa na nossa aldeia era feita em honra ou homenagem aos Santos. Estranhamente e ao contrário do habitual, na nossa paróquia
do lugar de Malcata, cujo padroeiro é São Barnabé, só muito recentemente a festa é realizada em seu nome. Faziam a festa à Senhora do Rosário e ao Sagrado Coração de Jesus. Mais tarde juntou-se a festa em honra de São Domingos e a festa da Senhora dos Caminhos. O São Barnabé continuou sem festa e por obra e “graça divina” passou a ser o rei da festa e assim tem sido.


   Malcata é uma aldeia relativamente pequena e no mês de Agosto triplica o número de pessoas, por isso e por causa das pessoas, os dias das festas são muito movimentados.

Doces caseiros
   

    Para realizar um evento é necessário angariar dinheiro, que é conseguido recorrendo a peditórios entre as pessoas da terra e também junto dos que vivem fora. Também é importante encontrar patrocínios de empresas, venda de diversas coisas, rifas, refeições, que grão a grão ajudam na angariação de dinheiro.
   Organizar a festa da aldeia é cá uma trabalheira! E tudo o que se faz contribui para a produção da festa, desejando todos que acabe num grande sucesso. O dinheiro não é tudo, mas um bom tesoureiro é bem necessário para garantir resultados satisfatórios.
   A tarefa de exercer controlo responsável das entradas e saídas de “caixa”, seja em que actividade for, tem de ser atribuída a um dos mordomos. A escolha tem de basear-se na seriedade, na responsabilidade e plena confiança na pessoa. E quando se tem de delegar noutras pessoas, aumentar ainda mais os sistemas de controlo.
   Este ano, mais uma vez Malcata vai viver a alegria da sua festa anual, em honra do seu padroeiro, São Barnabé. 

                        Alguns dos cartazes com o programa das Festas de Malcata:


                                                                   
                                                                                                          

                    Que este dia de festa seja repleta de alegria, boas conversas e que o calor do Verão aqueça todos os corações, mesmo que a vida não esteja a ir como gostariam que fosse. 
                                                        Boas festas aos da aldeia

            José Nunes Martins

sábado, 9 de agosto de 2025

OS SABORES E AROMAS EM MALCATA SÃO ORIGINAIS

       


   Este ano, realizou-se a
"X Feira de Artesanato e Sabores" em Malcata. Esperava ver nas imagens divulgadas, alguns artesãos e produtos agrícolas ou gastronomia usual na nossa aldeia - como batatas, alfaces, tomates, pimentos, abóboras, feijão verde, pão caseiro cozido no forno a lenha, alguns enchidos, queijos de cabra, filhós, aletria, arroz doce, papas de milho e caldudo, que é aclamado como a sopa mais típica da aldeia, mel em frascos e em favos, licores com ervas naturais, chás e outras ervas, flor de carqueja...
   Mas infelizmente, as imagens divulgadas pela Freguesia de Malcata, não consegui ver estes produtos, nem artesanato genuíno e típico da aldeia e quanto a sabores, a amostra piora ainda mais! Fico com a sensação de que foi mais uma feira de "penduricos". "crepes" e pipocas doces e coloridas a gosto que as pessoas de fora vieram fazer, mas que eu saiba, os sabores 
em Malcata são outros.
   Salvou-se a animação do recinto. Os artistas convidados marcaram os dois dias, ou antes, as duas noites, de feira. Claro, vêem-se as pessoas alegres, com sorrisos e a desfrutar do evento  e os mordomos agradecem a ajuda que a Junta de Freguesia tem vindo a oferecer. 
   Deixo aqui algumas questões para quem quiser responder:
   1-O que mais gostou na X Feira de Artesanato deste ano?
   2-Qual foi o "artesão" ou "sabor" que mais surpreendeu?
   3-Que tipo de artesanato e sabores gostaria de ver no próximo ano?
   4-Convidava alguém de fora da aldeia e que nunca tenha vindo,  a visitar?
   A Feira deste ano está encerrada e deixou no ar o cheiro a coisas doces e sons de música, sapateado e "sevilhanas"  que trouxeram mais brilho ao Rossio.
Mais do que uma feira, tratou-se de reencontrar gente da terra e de outras paragens, que raramente se encontram durante os outros meses do ano.  Fica a confirmação da falta de artesãos e de verdadeira aposta nos genuínos sabores da nossa terra, que sabemos, existem e são de qualidade top. São duas vertentes que identificam e valorizam a freguesia.
   Está a ser uma semana de festa, hoje é o penúltimo dia e vésperas do grande dia da festa. É natural que já se sintam cansados e com ressaca emocional, física, então depois de pipocas e crepes, de sumos e outras doçarias, o sol não foi mais brilhante porque era já noite adiantada, com sorte por não terem vindo carros e camionetas cheios de gente, assim pelo menos os da terra não tiveram que explicar o que se vendia na feira da praça. Bem, e se os que ali foram, mas não compraram nada ou quase nada, pelo menos levaram calor no corpo de tanto bailar. 
   Que venha a próxima feira, com outra roupagem, com mais artesanato, com mais sabores e cheiros saídos do forno comunitário e claro, queijos feitos com o leite recolhido pela maquinaria da sala de ordenha que, Deus queira, estar em pleno funcionamento no edifício do cabril de Malcata, lá em cima nos baldios. 
    Eu quero acreditar que a XI Feira de Artesanato e Sabores de,...e não em Malcata será um sucesso de toda a freguesia.
                                                     José Nunes Martins

terça-feira, 5 de agosto de 2025

MALCATA: FESTA NA ALDEIA

     


   
   Por estes dias de Agosto, a Praça do Rossio, na nossa aldeia, transforma-se no maior palco público da freguesia. Com o calor que se anuncia, todas as mãos e pés dos que estão no bar da festa não vão ter descanso. O mesmo espírito de festa é a força que é preciso para virar os fragos, as costeletas e salsichas à moda francesa. 
   O programa anunciado é longo e dura mais que a vida das famosas pilhas que anunciam ser capazes de fornecer energia horas e horas...
   Quem não está na aldeia, quem queria poder estar e não está, esperam ver nas redes sociais o desenrolar das festas. As memórias dos que estão na festa e daqueles que não estão, têm de ser refrescadas e trazidas aos espaços públicos e às plataformas de comunicação digital. 
   Vou aguardar então por notícias da aldeia e do povo em festa.

                                                                José Nunes Martins
   




domingo, 3 de agosto de 2025

MALCATA: CAMINHAR À DESCOBERTA

 






Moinho de água

   Malcata é uma freguesia relativamente pequena em dimensão, mas com uma natureza e paisagem que refresca as ideias. E quando se trata de aventuras e descobertas, apetece partir pelos caminhos à descoberta do território. É durante as caminhadas que ficamos a conhecer os segredos e os recantos da aldeia. Alguns estão mais perto, é o caso do Moinho de Água e a Fontinha de São Domingos. Aqui podemos conhecer um pouco da vida de moleiro e beber água fresca e cristalina com benefícios para o corpo. Sendo dois locais cercados pela natureza, é o percurso perfeito para viver momentos únicos e experiências inesquecíveis.
   Quando sair para caminhar, vista roupa confortável, coloque na mochila aquelas coisas que vai precisar e, sozinho ou acompanhado por quem ama, desfrute de todo o caminho.
 
   

   


                                                                            José Nunes Martins

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

MALCATA: A ANTENA ADIADA apesar de autorizada pela Câmara do Sabugal!

 



    

   A Câmara Municipal do Sabugal, numa acta da Reunião Ordinária realizada no dia
2 de Agosto de 2023, deliberou autorizar a instalação de uma antena da NOS. 
   Já passaram dois anos e até agora não houve qualquer instalação visível. Será que andaram com o carro à frente das vacas? É que apesar da autorização concedida pela Câmara, é quase sempre necessário obter outras autorizações, especialmente se o terreno pertencer a privados. O consentimento dos proprietários, quer queiram quer não, é um passo obrigatório. E como se diz na freguesia, que havia um acordo com um proprietário, mais dúvidas se levantam e que não se esclarecem publicamente. Houve alguma mudança de planos ou a NOS voltou a desistir?
   A quem pode a população de Malcata pedir esclarecimentos? À Câmara Municipal ou à Junta de Freguesia? Ou aos proprietários dos terrenos? 
   Uma certeza eu tenho, é que desta vez não podem apontar o dedo a quem nunca teve qualquer envolvimento nestas novas autorizações.
   Para o bem de todos, apelo a uma informação transparente por parte das entidades responsáveis pela instalação da antena.  Comecem pelos obstáculos ( se os houver)  que estão a impedir a concretização da obra, que previsões há para iniciar a obra e que características técnicas e vantagens vai essa antena trazer à aldeia e a quem a visita. 
   Se bem se lembram, no caso da antena junto à sede da Junta de Freguesia, a associação AMCF fez o seu trabalho e indicou duas alternativas para a localização da antena, indicando dois locais com energia eléctrica. Já a sugestão alternativa apresentada pela Câmara Municipal, era num terreno localizado atrás da baliza mais afastada dos balneários, onde não havia e ainda não há, energia eléctrica-há apenas sol e vento...e zero Postos de Transformação! Bastava esta falta de energia para a empresa NOS não aceitar a sugestão da Câmara do Sabugal. E foi isto o que veio a acontecer. 
   Desta vez, estavam reunidas as condições para finalmente a freguesia sentir uma maior e melhor cobertura nas telecomunicações. 
   Espero que agora estejam mais atentos e finalmente, apareça a desejada antena em Malcata.

                                                                     José Nunes Martins

domingo, 27 de julho de 2025

Malcata: o que aconteceu à praia fluvial ?

            


           
Esta é uma imagem propriedade da Câmara do Sabugal em 2016

                      O QUE É PERMITIDO CONSTRUIR NA ALBUFEIRA DO SABUGAL?
                      Qualquer estrutura permanente para banhos, é alvo de restrições severas!

   Como cidadão nascido em Malcata, sou um indivíduo interessado pelo que acontece e não acontece ou demora a acontecer, na aldeia onde nasci, em 1960.
   A barragem do Sabugal é gerida tendo em conta o Plano de Ordenamento da Albufeira do Sabugal (POAS). Este plano é que define o que é permitido ou proibir as construções e as formas de ocupar as suas margens. É o POAS que define as Zonas de Protecção Total e Parcial onde está proibido a construção de infraestruturas balneares ou turísticas, salvo algumas autorizações específicas.
  
Isto quer dizer que a APA (Agência Portuguesa do Ambiente), a Delegação de Saúde e sem a autorização também da Câmara Municipal, as construções nestas zonas de protecção, não são legais. E o facto de existirem áreas protegidas e com regras, com riscos ecológicos, a particularidade de abastecimento de água potável para consumo humano e no combate aos incêndios, exige dos decisores políticos cuidados redobrados para não desrespeitar a lei (POAS).
   A Barragem do Sabugal para além do POAS, está construída, parcialmente, no perímetro da Reserva Natural da Serra de Malcata. Esta circunstância vem trazer ainda mais constrangimentos e razões para não se abandalhar a envolvente à albufeira da barragem e da RNSM, que também é defendida pelo Plano de Ordenamento da Reserva Natural da Serra da Malcata.
   Ainda há poucos dias, ouvi o senhor presidente da Freguesia afirmar que não é, legalmente, viável a instalação nas águas da albufeira, junto à Zona de Lazer, a instalação de uma piscina fluvial ou outras estruturas dentro da água. As razões desta contrariedade prendem-se com o Plano de Ordenamento Albufeira da Barragem do Sabugal (POAS) e do Plano de Ordenamento da Reserva Natural, que segundo as regras aprovadas, proíbe a construção de estruturas de recreio ou turísticas, salvo algumas excepcções… (não é o caso da piscina e da praia fluvial na actual localização).
   A água da albufeira do Sabugal serve para abastecimento público nas redes públicas de vários concelhos, incluindo o Sabugal. Ora, nestes casos, é proibido o contacto com a água (banhos, natação, barcos de recreio, etc.) nas albufeiras com esta finalidade, excepto se a APA der autorização ou outras autoridades públicas de saúde pública.
   Oura razão de existirem proibições, tem a ver com a fauna e a flora que rodeia a barragem e a Reserva Natural. Como a barragem está também incluída na Rede Natura 2000, onde existem espécies sensíveis e em risco, como é o lince ibérico, a águia-real, os grifos, os corsos, os lagartos, que são espécies protegidas, a que se juntam árvores autóctones, como o castanheiro, o carvalho negral, a xara…são mais contratempos para quem desejar edificar algo perto da albufeira.
   O POAS foi aprovado em  de Novembro de 2008, inclui um regulamento e as plantas e condicionamentos.
   Restrições no que toca à distância da água (desde o início):
   + Zona Reservada: faixa de 50m junto à albufeira:
   + Zona Terrestre de Protecção: faixa alargada até aos 500 m

   Em 2015, foi aprovada uma alteração ao POAS que permitiu reduzir a distância mínima
de edificação junto à água, passasse de 250 metros para os 150 metros. (Esta pequena alteração serviu de justificação, à Câmara do Sabugal, para o atraso na construção do projecto apresentado, em ano de eleições, que ficou conhecido por “Ofélia Club”, em terras da freguesia de Malcata e próximas da água da barragem.
  
   Na albufeira da barragem do Sabugal são permitidas algumas construções, mas sob condições e critérios rigorosos, autorizações da APA, ICNF, CMS e outras):
   + Pesca desportiva;
   + Competições náuticas não poluentes;
   + Embarcadouros flutuantes e pontões;
   + Centro náutico;
   + Zonas de recreio balnear;
   + Piscinas flutuantes
… desde que não afectem a qualidade da água para uso público.
   + Alojamentos turísticos até 300 camas;
   + Restaurantes;
   + Parques de merendas;
   + Parques de estacionamento;
…tudo isto, integrado num PLANO regulado pelo POAS.
   Qualquer projecto de uso recreativo ou turístico na albufeira da barragem do Sabugal, deve obedecer às plantas de condicionantes e possuir pareceres vinculativos das diversas entidades, respeitando sempre as zonas de protecção da barragem.

   
    Em Malcata, sempre ignoraram o POAS e os outros documentos relacionados com a barragem.
    Sabiam e sempre souberam que há restrições que limitam qualquer edificação em toda a sua extensão. O tempo está a passar e ainda não presenciei, por parte da população e do poder local
coragem e forte empenho na resolução definitiva desta história da "praia fluvial", da "piscina fluvial" e do paredão...cuja construção, se for fortemente defendida e exigida às autoridades competentes, bem poderá ser a saída airosa para a Freguesia, Se isso for viável, é sim possível apostar num plano integrado de desenvolvimento daquela "praia" que hoje é uma zona de lazer, sem águas balneares.

    As imagens 1 e 2 são de 2017 e são parte de um vídeo de propaganda partidária utilizada na
das eleições autárquicas para a Assembleia de Freguesia de Malcata, E não ficam dúvidas...
Foto 1



Foto 2


Nas últimas eleições autárquicas, 2021, o actual Presidente da Câmara do Sabugal, sr, Vítor Proença, 
no seu boletim político e propagandístico, prometeu e escreveu este compromisso:





Promessa escrita e sem erros.
Pena não ter saído do papel lustroso em que foi impressa. 


Esta é a imagem utilizada pela Câmara Municipal em 2025:


Zona de Lazer de Malcata




                                                               
José Nunes Martins